segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Manifesto Socialismo e Liberdade de Paranaguá do Professor Hermes a sua Pré Candidatura a Prefeitura

Olá comunidade parnanguara! Nestas primeiras linhas venho agradecer o tempo que você cidadão (ã) está utilizando para conhecer a pedra fundamental de uma mudança, para melhor, na histórica, amada e intensamente espoliada cidade de Paranaguá. Este manifesto é, antes de tudo, um chamado, a todos e todas, que independente de qualquer coisa, compreende que vivemos a necessidade de mudanças profundas em nossa sociedade. Onde o processo político, pela primeira vez na história, priorize a liberdade e condições sociais igualitárias para a classe trabalhadora e a juventude de nossa por enquanto “pseudo-comunidade”.

Deixando claro, essas palavras são socialistas, escrevo isso sem medo ou vergonha, pois acredito totalmente na igualdade entre os seres e na luta política em conjunto para garantir não apenas situações “mais justas”, mas, o pleno desenvolvimento de cada pessoa desta cidade, estado, país e planeta. Por esta razão não veria problema algum nos próximos parágrafos em chamá-los de camaradas, porém encontrei um sinônimo à altura no livro de Edimilson de Almeida Pereira intitulado Malungos na Escola – Questões sobre culturas afrodescendentes e educação. “Por fim, segundo historiadores, Malungo era o termo usado pelos cativos para nomear um companheiro durante a desafortunada viagem dos navios negreiros. Essa é uma recordação. Ante os desafios a serem vencidos pelos educadores, educando e familiares na travessia dos embates sociais, Oxalá sejamos Malungos contemporâneos”. (PEREIRA, 2007 p12).

Assim peço licença em chamá-los de “Malungos” – camaradas de jornada – e adiantar que coloco a partir desta data meu nome, Professor Hermes Goldenstein Junior como pré-candidato à Prefeitura Municipal de Paranaguá pelo PSOL – Partido Socialismo e Liberdade – 50. As motivações que levaram a esta decisão são muitas, para iniciar gostaria de compartilhar alguns pensamentos extraídos de malungos sábios como o geógrafo Milton Santos quando em seu livro - Por uma outra Globalização – escreve: “Nossa grande tarefa, hoje, é a elaboração de um novo discurso capaz de desmitificar a competitividade e o consumo e atenuar, senão desmanchar a confusão dos espíritos.” (SANTOS, 2005 p 55). É notório que algo não deu certo na sociedade ocidental, tudo aquilo que nos prometeram desde a Revolução Industrial e Francesa, fica reduzido à manutenção do poder pelas forças de sempre. Enquanto, o trabalhador, os jovens e os idosos têm seus direitos dilacerados.
Um exemplo desta situação é a disputa política-econômica dos três partidos centrais do cenário nacional. Onde a “social democracia” alinhada aos interesses norte-americanos do PSDB, disputa de maneira patética com o assistencialismo de resultado populista (via aliança temporária com a burguesia nacional) do desfigurado PT. Sem esquecer-se do velho pântano à brasileira conhecido como PMDB – hora alinhada a este ou aquele partido sempre em busca de ocupar uma posição de lacaio, tanto do poder instituído, quanto dos seus gordos financiadores eleitorais. Portanto, não vemos representação do povo nestas siglas desgastadas. 

Também preocupa muito as formações “politiqueiras” de partidos menores que usando da estafa política da população em geral, vomitam um discurso frágil incentivando ódio e discriminação. Presentes em jargões como “bandido bom é bandido morto”, ou mais especificamente o lema do humilhado Deputado Fernando Francishini do SD “meu nome é coragem”, que junto ao, por enquanto, governador do Paraná Carlos Alberto Richa do PSDB e a “bancada do camburão” atentaram contra inocentes no dia 29 de Abril de 2015. Bancada esta composta em sua maioria por membros do PSC capitaneado por certa “massa” que confere a nomeação legislativa de funcionários (comunicadores, jornalistas, etc.) e lideranças religiosas regionais, a qual nada se sabe sobre sua formação ou reais intenções políticas.

Após essa análise o PSOL – Paranaguá, em consonância ao Diretório Estadual e Nacional do Partido, se firma como uma organização política necessária ao debate da verdadeira política. Partido que se não possuísse 5 Deputados Federais, dificilmente hoje haveria uma representação contra o ainda presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha do PMDB, no conselho de ética da casa. Deputados esses constantemente reconhecidos pela assiduidade, participação, ética e todo seu compromisso junto ao povo. Somos um projeto viável de uma boa mudança na política, nas prioridades da gestão pública e principalmente para melhorar a vida do nosso cidadão (ã). Até porque é no espaço municipal que a gestão pública faz a diferença, é também onde Milton Santos em A Natureza do Espaço conclui: “e a presença dos pobres aumenta e enriquece a diversidade socioespacial, que tanto se manifesta pela produção da materialidade em bairros e sítios (...). É por aí que encontramos o caminho para o futuro”. (SANTOS, 2006 p. 141).

Portanto, um dos pilares desta candidatura parte de um conceito desenvolvido pelo historiador Erick Hobsbawn em seu derradeiro livro Tempos Fraturado: “a política e o mercado. Eles decidem como bens e serviços serão financiados – se essencialmente pelos mercados ou por meio de subsídios. A política entra como fonte óbvia, ou recusadora de subsídio. Mas há um terceiro elemento que decide o que pode, o que deve e o que não deve ser produzido. Chamemo-lo de Mecanismo Moral.”(HOBSBAWN, 2012 p) Esta candidatura está embasada em um programa de governo organizada por pessoas extremamente competentes, ligadas aos movimentos sociais e suas comunidades. Pessoas politizadas e comprometidas com a geração de um bom legado ao povo parnanguara. Formaremos um governo justo e ético com as contas públicas, mas inverteremos algumas “lógicas” do sistema em nome de um “Mecanismo Moral” que priorize o desenvolvimento comum aos malungos caiçaras.

Como exemplo prático desse novo modelo gostaria de citar um trecho do trabalho “de projeto a programa: ações de pesquisa-ação em comunidades rurais” assinados pelo professor Valdir Frigo Denardin e professor Luiz Fernando de Carli Laubert. “As ações de reestruturação foram organizadas em mutirões. A intenção era propiciar aos agricultores o sentimento de pertencimento, ou seja, a farinheira deveria ser algo que lhes pertença.”(DENARDIN, 2013 p 18). A cidade deve pertencer ao cidadão. A gestão municipal deve garantir a ele o acesso, a ocupação e o usufruto dos espaços municipais, públicos ou privados. 

Nosso governo terá como princípio interdisciplinar – o empoderamento do povo, principalmente o que se refere a transparência das contas públicas, o direitoa a mobilidade, o fornecimento de água, trabalho e lazer. Pois segundo o professor e urbanista Candido Malta Campos Filho no livro Reinventando seu Bairro: “Se já existe hoje uma ordenação legal definida no nível federal, cabe a nós cidadãos contribuir para que, nos níveis municipal e estadual, o planejamento urbano, traduzido no Plano Diretor e leis correlatas de regulação urbanística, sejam normas estabelecidas para o nosso bem e não dos especuladores imobiliários.”(CAMPOS FILHO, 2010 p10).

Tenho consciência da complexidade eleitoral do nosso município. Os modelos coloniais hereditários, as práticas coronelistas e a corrupção que envolve o pleito. Por isso esta candidatura, não sou, como vive dizendo um grande amigo estivador aposentado, melhor do que ninguém, mas acredito no trabalho e no conhecimento para fazer esta mudança. Por que não um professor na prefeitura? Pelo menos melhor que o DR acidental, o repórter de meia pataca, o sindicalista torto, os fricotes de sempre, os inelegíveis ou os religiosos fundamentais, podemos ser. Podemos ser mais justos, mais honestos, mais participativos, mais felizes. Podemos dançar politicamente “Um conceito de dança que seja como a poesia, que não pode ser explicada, mas apenas sentida e interpretada.” (BARRETO, 2005 p. 125), podemos lutar!

Pela diversidade, pela verdadeira política, por uma população empoderada, pronta para luta e para o futuro.
Obrigado Malungos!
Tapera, KM 19, Alexandra, Paranaguá, 12 de Dezembro de 2016
Professor Hermes Goldenstein Junior

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